Com Jesus um espinho tem mil flores
Nossa querida Irmã A. vivia grandes e constantes aflições com seu filho mais novo, moço inteligente, que cursava o segundo ano de agronomia e, que de repente, largara os estudos, entrando numa fase de mutismo, de desânimo, de algo que o impossibilitava reagir...
Mãe extremosa, esposa dedicada, levou-o a vários médicos do Rio e de São Paulo, psiquiatras eminentes, e nenhum resultado satisfatório obteve.
O filho passou os anos de 1962 e 63 assim, dono de uma enfermidade desconhecida pela Medicina da Terra. E foi piorando, tendo visões, sentindo-se como que perseguido por algo que nem ela, nem ele e nem os familiares compreendiam. ..
Bateu às portas dos que podiam entender do assunto, médicos, espíritas, ou quem lhe traduzisse e aliviasse as aflições dela e do filho.
Aconselharam-lhe que procurasse o Irmão X., mas não conseguiu chegar perto desse abnegado Irmão, devido, diziam, aos seus grandes afazeres...
Lembraram-lhe que procurasse nosso Irmão XX., e também compareceu ao seu escritório e não conseguiu se avistar com o esforçado Servidor de Jesus.
Desanimada, com a alma machucada, experimentada, quase desiludida de tudo e de todos, desceu o elevador e, no térreo, ficou a admirar uma exposição de livros.
E deu com os olhos num livro que trazia na capa o retrato de Bezerra de Menezes.
E disse de si para consigo:
— Minha Mãe foi uma devota fiel, sincera, desse Espírito. Ela está hoje na Espiritualidade e há de me ajudar, pedindo ao querido Seareiro Espírita para solucionar meu caso.
Comprou-o. Tratava-se de Lindos Casos de Bezerra de Menezes, de nossa autoria.
Levou-o para casa e o leu, de uma vez, com sofreguidão, carinho e fé. Acabada a leitura, dormiu mais consolada e com a vontade de procurar o autor do livro, caso o mesmo fosse vivo ainda, e com a certeza de que, recebendo ele tantas graças do Médico dos Pobres, haveria de dar algo de que precisava.
E, no dia seguinte, telefonou-nos. Alguém a atende.
— Pode me informar se o autor de Lindos Casos de Bezerra de Menezes ainda vive?
— Sim, responde-lhe Esse Alguém, e está falando com ele mesmo...
Com a voz revelando emoção, pede-nos para ouvir seu Caso. Ouvimo-la, emocionado, para lhe afirmar:
— Venha numa sexta-feira, às 20 horas, ao Centro Espírita Amaral Ornellas, sediado à rua Dr. Leal, 76, no Engenho de Dentro, para assistir à Sessão que presidimos e confiemos seu Caso à Bondade do Espírito de Bezerra de Menezes, que, por mercê do Amor da Virgem, há de medicar seu querido filho!
Veio, depois de vencer inúmeros obstáculos. Assistiu à Sessão votiva aos Ensinos do Livro da Vida. Consolou-se com a lição da noite. Gostou do ambiente que Celina, Ornelas e Bezerra vestem de humildade, amor e paz. E, no fim, recebeu uma pequena mensagem do abnegado Seareiro Espírita, que lhe pediu resignação e fé na Misericórdia Divina, no Amor da Virgem, que tudo haveria de fazer para medicar seu filho. E partiu aliviada e com uma grande esperança no coração.
E durante todo o ano de 1964, chovesse ou não, vencendo grandes distâncias, sofrendo incompreensões dos próprios familiares, que pouco acreditavam na Medicina dos Espíritos, a nossa abnegada Irmã A. frequentou as Sessões Doutrinárias das sextas-feiras e às particulares, práticas, das quartas- feiras, do nosso Centro.
E foi recebendo ajuda e levando-a para seu lar e seu filho foi melhorando, física e espiritualmente.
E seu marido, um industrial bondoso e correto Chefe de Família, que jamais penetrara num Templo ou num Centro, que não possuía uma religião efetiva, acompanhou-a e se maravilhou com os Ensinos da Terceira Revelação, de tal forma, que começou a ler os livros básicos da nossa Doutrina para se tornar, hoje, um crente sincero, útil e estudioso.
O benefício foi geral. As melhoras do filho efetivaram-se.
E, frequentando, com assiduidade, nosso Centro, nossa prendada Irmã A., de quando em quando, exclama, emocionada:
— Olho para trás, hoje, e agradeço a Deus, a Jesus e à Virgem a Graça recebida, permitindo que o Espírito caritativo de Bezerra de Menezes medicasse meu filho, acordasse meu marido para a realidade do Grande e Salvador Roteiro e colocasse quase todos os meus familiares no Caminho da Porta Estreita, realizando, quase todos, nos seus Lares, o Culto do Evangelho segundo o Espiritismo!
Se não fossem as dores, as aflições do filho, não buscaria força na Oração e nem me dirigiria a Deus como o fiz e nem daria os passos que dei e nem imploraria, como implorei, ao Anjo da Caridade, e nem acharia, como achei, o Caminho, a verdade e a vida, através de um Centro Espírita, que me ensina a buscar, com o Autor do Evangelho, Amor e Luz, Paz e Humildade, Fé e Resignação, remédios para o corpo e para a alma, o Roteiro da nossa Salvação!
E sabemos que a luta continua, porque as dores, os sofrimentos, os problemas, tudo que nos assusta, que nos contraria o Homem Velho, representa exercícios para nossa prosperidade espiritual e não pode deixar de existir. Porque ao crente que já se achou na realidade do Grande Amor, no dizer inspirado de Carmem Cinira:
“Uma flor sem Jesus tem mil espinhos, com Jesus um espinho tem mil flores!”
E nossa querida e abnegada Irmã A. sabe disso e é, hoje, feliz, como feliz é seu digno marido, esclarecido, marchando, ambos, ao Encontro de Jesus e levando, pelos exemplos deixados, seus filhos e familiares, ao Caminho, à Verdade e à Vida do Grande Amor, que é Jesus!